O Primeiro Prêmio de Jornalismo Científico do MERCOSUL já tem vencedores. O Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia- CONACYT do Paraguai, organizador da primeira edição do certâmen, entregou em Assunção os galardões aos mais destacados profissionais da comunicação, fotógrafos e estudantes de Jornalismo, que postularam trabalhos desde oito países do MERCOSUL.

Em nome da Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do MERCOSUL (RECYT), e com o apoio da UNESCO, a primeira edição do certâmen teve como tema: “Ciência, Tecnologia e Inovação para a Alimentação”, em resposta à proclama anual da Organização das Nações Unidas (ONU). O concurso convocou profissionais e estudantes de jornalismo e cursos afins, bem como pesquisadores das diferentes áreas da ciência, que tenham incursionado em espaços jornalísticos nos países membros e associados do MERCOSUL, e também profissionais da fotografia da região.

Na categoria escrita profissional os três primeiros colocados foram: Emanuel Pujol, da Argentina, em primeiro lugar; em segundo, Irma Oviedo, do Paraguai, e em terceiro, Nibeth Duarte, da Colômbia.

Neste grupo, os trabalhos expuseram temas relacionados com o poder dos alimentos para prevenir ou combater doenças, bem como a prevenção de resíduos tóxicos nos alimentos coletados.

O trabalhado intitulado “Desarrolaron un súper queso que reduce infecciones” trata sobre o desenvolvimento de um queijo probiótico por parte do CERELA-CONICET que é entregue gratuitamente em refeitórios escolares de uma província argentina e permite reduzir em 50 % as infecções intestinais e respiratórias.

Na categoria escrita “júnior” os três primeiros colocados foram: Caio Nogueira Antunes, do Brasil (primeiro); Nelly Peralta, do Paraguai (segunda) e José Martínez, do Paraguai (terceiro). Os mais novos do certâmen se ocuparam da relação dos alimentos com a saúde e uma abordagem ecológica da agricultura industrializada.

Em relação à categoria fotográfica, a melhor qualificada foi uma proposta paraguaia, de Liz Bogado, que sugere uma semeadura em ambiente artificial como ferramenta biotecnológica para precautelar a obtenção de alimentos de alta qualidade no futuro. A fotografia que obteve a segunda colocação, também paraguaia, de Carlos Juri, mostra as bondades do drone para acompanhar desde o ar o controle do processo de várias plantações. Finalmente, a terceira colocação foi para um fotógrafo brasileiro, Anderson Coelho, que lhe deu um olhar mais social ao certâmen.

O ato de premiação foi presidido pelo Ministro Presidente do CONACYT, Luis Alberto Lima, quem compartilhou os objetivos do concurso. “Difundir os conhecimentos científicos e tecnológicos para que a população possa ter um pensamento crítico sobre questões que podem ser polêmicas foi uma das motivações para começar há sete anos com o Prêmio Nacional de Jornalismo Científico. Com esta mesma ideia lhe propusemos à RECYT introduzir o prêmio no âmbito MERCOSUL e fomos bem acolhidos”, manifestou. Ainda, celebrou que profissionais e estudantes de sete países tenham respondido ao chamado, parabenizou todos os vencedores e agradeceu o apoio da UNESCO para essa e outras atividades da divulgação de CyT.

Por sua vez, Alessandro Bello, da UNESCO, salientou o trabalho dos jornalistas científicos, enfatizando a tarefa de decodificar a linguagem das ciências para a sociedade. “Vocês enfrentam desafios todos os dias, como o de comunicar a ciência, traduzir códigos, fazer-se entender”. Finalmente, parabenizou a equipe organizadora do certâmen. “Parabéns à grande equipe técnica e humana do Paraguai, que fez possível este premio para nossa região”.

Sobre o galardão, o jornalista Pujol manifestou: “Estou agradecido com o CONACYT, a RECYT e a UNESCO; este prêmio busca promover a difusão da ciência que se produz em Latino-américa e a sua apropriação por parte da sociedade, e esse é o objetivo que temos também na Agência CTyS da Universidad Nacional de la Matanza, desde sua criação em 2010, pelo qual é uma grande honra e uma imensa alegria receber este reconhecimento”, enfatizou.

A paraguaia Irma Oviedo expressou: “O galardão é um reconhecimento do trabalho jornalístico e representa uma chave que abre muitas portas. Demonstra que o jornalismo cumpre também a função de educar com enfoque científico e é uma ferramenta para continuar promovendo a ciência. Agradecemos o CONACYT e a UNESCO pela iniciativa”.

Por sua vez, o Representante do Escritório das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Rof Hackbart, valorizou a temática do concurso “Ciência, tecnologia e inovação para a alimentação” e o processo da comunicação em favor da segurança alimentar. “Existe um potencial enorme na nossa região e no Paraguai e, neste contexto, a pesquisa é uma ferramenta que deve contribuir à segurança alimentar e requere que o engenho humano dedique maior empenho para produzir alimentos e fazê-los accessíveis. Inovação é clave para o desenvolvimento; para aproveitar o potencial da inovação são necessários sistemas de pesquisa, extensão, comunicação e instituições de conhecimento sólidas e articuladas com todos os setores”, salientou.

Finalmente, o protagonismo das mulheres foi representado pela Bel. Diana Vera, membro do Conselho Diretivo de CONACYT. Manifestou que 50 % das premiadas são do sexo feminino.

Todos os oradores deram ênfase ao trabalho do júri, que esteve integrado por catedráticos, comunicadores, jornalistas, repórteres gráficos, representantes dos países do MERCOSUL e expertos da UNESCO.