No âmbito dos 30 anos do Mercosul, realizou-se junto com a Chancelaria Argentina a “Mesa redonda das Cooperativas Exportadoras do Mercosul”. Participaram dela o Secretário de Relações Econômicas Internacionais, Jorge Neme; o presidente da Aliança Cooperativa Internacional e o Assessor do INAES, Ariel Guarco; o presidente do INAES, Alexandre Roig; o Secretário de Coordenação e o Planejamento da Chancelaria Argentina, Martín Yañez, a Subsecretária do Mercosul e Negociações Econômicas Internacionais, Rossana Surballe; e o Subsecretário de Promoção do Comércio e Investimentos, Pablo Sívori além dos embaixadores argentinos no Uruguai, Alberto Iribarne; no Brasil, Daniel Scioli; no Paraguai, Domingo Peppo e o secretario de relações internacionais de Cooperar, Carlos Mansilla.

 

O objetivo principal da mesa redonda foi intercambiar ideias sobre como reiniciar este caminho e poder projetar mudar a realidade produtiva da Argentina, gerar empregos e inclusão social efetiva, dar protagonismo aos pequenos e médios empresários ou produtores e avançar junto com nossos irmãos da região e as instituições que organizam essas capacidades para poder ter um futuro diferente. Para isso, as cooperativas têm um papel central para reconstruir a economia argentina e a do MERCOSUL.

 

O presidente do Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social (INAES), Dr. Alexandre Roig, destacou a possibilidade de avançar na integração em nível do Mercosul através de “uma aliança público-privada com base nos princípios e valores das cooperativas e as mutualistas, uma aliança de trabalho pelo bem comum. Trata-se de voltar a pôr a produção no centro de nossas vidas econômicas, de estabelecer políticas para um eixo produtivo onde o financiamento esteja no centro”.

 

Por sua vez, o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Jorge Neme, disse que “devemos construir uma época do produtivo, da inclusão social efetiva e da geração de emprego, e nisto o cooperativismo e a economia social são atores centrais. O Mercosul é fundamental para este debate”. Igualmente, disse que em nosso país “o setor cooperativo tem enorme transcendência do ponto de vista produtivo, serviços, sistema financeiro, com uma longa história de mais de cem anos. Sabemos que frente às crises as cooperativas têm uma grande capacidade para tecer alianças com instituições do Estado e participar de processos de reconstrução da economia e do tecido social”. Durante o encontro, recordou que tudo isso foi possível “através de um longo processo de maturação do Mercosul que hoje requer um impulso adicional. E neste impulso as cooperativas, que têm forte presença em toda a região, são atores fundamentais”. Por último, destacou que “o cooperativismo alcançou um marco institucional dentro do Mercosul que é a criação da Reunião Especializada de Cooperativismo que, junto à Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar são dois âmbitos dentro do bloco que brigam pela economia social, pelo associativismo, pelo mundo das MPEs e dos pequenos e médios produtores. Devemos intercambiar ideias com centralidade no produtivo da mão de todo o pensamento solidário que leva em seu coração o setor cooperativo e avançar junto com nossos irmãos da região para poder ter um futuro diferente”.

 

Yañez, por sua vez, ressaltou que “o esquema tradicional do Mercosul ficou insuficiente e por isso, ao somar o olhar do cooperativismo e o associativismo, obtém-se um panorama de integração produtiva mais amplo”.

 

Ariel Guarco disse que “a Aliança cooperativa internacional é formada por 3 milhões de empresas cooperativas nos cinco continentes, e isto expressa um potencial disposto a participar, junto ao Estado, de caminhos inclusivos, solidários, justos, onde ninguém fique para trás”.

 

A presença dos embaixadores argentinos no Brasil, Daniel Scioli; no Paraguai, Domingo Peppo; e no Uruguai, Alberto Iribarne enquadram o bate-papo como uma jornada de alto nível onde, igualmente, participaram mais de 30 referentes de grandes empresas cooperativas e de entidades representativas do setor de todos os países do bloco alinhados em uma ideia de integração produtiva, comercial e institucional que pode servir, além disso, como plataforma para projetar o Mercosul Cooperativo ao resto do Mundo. Tomaram a palavra representantes dos Institutos nacionais de Cooperativismo de Uruguai, Paraguai, do Ministério da Agricultura do Brasil, da Organização de Cooperativas Brasileiras (OCB), da Confederação Uruguaia de Cooperativas (CUDECOOP), da Confederação Paraguaia de Cooperativas (Conpacoop) e da Confederação de Cooperativas Rurais do Paraguai (Concopar). Igualmente, expressaram-se presidentes ou gerentes de distintas cooperativas com atividade econômica nos países do MERCOSUL, como Sancor Seguros, FECOVITA, La Riojana, ACA, entre outros. A presidente de Cooperativas das Américas, a dirigente uruguaia Graciela Fernández, instou para que “as cooperativas sejam protagonistas da integração regional porque, além de ser ferramentas de inclusão social, são motor de um desenvolvimento econômico com princípios e valores”.

 

Todos os participantes coincidiram em potencializar as cooperativas para conseguir uma maior integração produtiva dentro do Mercosul, com base em empresas que estão arraigadas nos territórios e que podem obter crescimento econômico, contribuindo ao mesmo tempo para a equidade social.

[RECM]